domingo, 1 de setembro de 2013

sábado

Uma vez eu escrevi sobre como toda vez que ouvia ou via um avião, tinha vontade de estar nele. Era um texto sobre uma garota que não era eu mas que poderia ser, na mesma época em que conheci e me viciei na música Angie. Ainda é assim. Eu amo o caminho, e o trajeto da viagem me é tão importante quanto a chegada. Quando se está num ônibus ou num avião, cruzando cidades e estados, não se está em lugar nenhum e em todo lugar ao mesmo tempo. Você não existe pra ninguém, não pode estar em nenhum outro lugar, você está apenas no caminho. Mesmo nas viagens mais longas tento evitar dormir. O tempo que obriga a pensar na vida, ler ou escrever é irresistível.

Dias felizes são aqueles em que eu ouço um avião e não apenas não desejo estar nele como agradeço por não estar. Pra alguém tão apaixonada pelo caminho, ficar parado e em paz é um sossego de manhã de sábado que finalmente chega, depois da última (única?) sexta-feira feliz de um longo agosto.

(you can't survive on ice-cream
you got the same needs as a dog)

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