sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

screw the whole musicbox situation we can't even afford a mockingbird

Ímãs sob o espelho, bailarinos sobre o espelho, ímãs entre o espelho e os bailarinos. Dar corda, ouvir o som das engrenagens, e então música. Eles dançam. Às vezes os bailarinos batem um no outro, como se quisessem o espelho só para si. Ou chegam às bordas do espelho, quase caindo do que é como um abismo para eles. Dura pouco. É como se eles conseguissem sentir que a música está acabando, e começassem a se entregar ao torpor das últimas notas antes que o mecanismo dos ímãs cesse. É justo que eles descansem antes de serem guardados, e seria gentil não dar corda de novo tão cedo. Mas uma criança com uma caixinha de música não entende o que significa justiça e não liga para a gentileza, e tudo está sempre girando.

Ou não. Quem tem uma caixa de música funcionando hoje em dia? Os bailarinos fugiram, o espelho está quebrado, a engrenagem não funciona, a bateria acabou. E a gente não tem tempo nem pra se importar.

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